Quando vi Minecraft pela primeira vez, confesso que torci o nariz. “Que jogo estranho”, pensei. Com visual quadradão, sem narrativa elaborada e aparentemente sem objetivo, ele parecia apenas mais uma moda passageira. Mas o tempo passou, e esse jogo "estranho" foi, aos poucos, se tornando parte da minha casa — primeiro com os filhos mais velhos, agora com os mais novos.
Criado pelo sueco Markus “Notch” Persson e posteriormente desenvolvido pela Mojang Studios, Minecraft se tornou um fenômeno global. São mais de 300 milhões de cópias vendidas, e uma legião de fãs entre crianças e adolescentes. Praticamente todo jovem nascido após os anos 2000 jogou Minecraft em algum momento — ou ainda joga.
Com tamanho sucesso, era questão de tempo até que o universo pixelado ganhasse vida nas telonas. A Warner Bros. resolveu apostar na ideia e lançou Minecraft: O Filme, com Jack Black e Jason Momoa nos papéis principais. E claro, com uma casa cheia de fãs do game, fui praticamente convocado a ir ao cinema com a criançada. E foi aí que veio a grande surpresa.
Poucas vezes me diverti tanto em uma sala de cinema. Crianças de todas as idades vibravam com a estreia, criando um clima de euforia contagiante. A história é simples, como o jogo: um mineiro deslocado encontra um orbe mágico e é transportado para o mundo de Minecraft. Lá, ele descobre um potencial criativo que não conseguia expressar na vida real. Em um universo onde os limites são a imaginação, Stevie — nosso protagonista — constrói seu próprio mundo, do seu jeito.
O filme não tenta ser mais do que é: uma celebração ao game. Colorido, leve, recheado de piadas clichês e voltado para o público infantil, ele acerta justamente por abraçar essa proposta. A cada referência ou easter egg, a plateia ia à loucura. Eu, completamente perdido em meio aos detalhes do universo Minecraft, recorria ao meu filho, que me explicava tudo empolgadíssimo. Foi divertido ver seus olhos brilhando — e mais ainda, perceber que eu estava me divertindo junto.
Outro destaque é a química entre Jack Black e Jason Momoa. Black, como sempre, rouba a cena com seu carisma inconfundível. E Momoa interpreta um ex-campeão de fliperama dos anos 80: um homem que vive preso às glórias do passado, agora inseguro, vaidoso e derrotado. A parceria entre os dois funciona bem e rende momentos engraçados e inesperados. O elenco ainda conta com nomes como Sebastian Eugene Hansen, Emma Myers, Danielle Brooks e Jennifer Coolidge.
No fim das contas, Minecraft: O Filme não promete nada grandioso — e talvez por isso acabe entregando tanto. É um filme divertido, feito com carinho para os fãs, sem grandes pretensões além de entreter. E cumpre esse papel com louvor.
Se você tem filhos que amam o jogo, leve-os ao cinema. Divirta-se com eles. Porque, no fim, a felicidade sempre é maior quando compartilhada.
